Mensagem de Nosso Irmaozinho eremita Frei Eraldo de Jesus do eremiterio de Nazaré.
O Eremita na atualidade têm uma missão importante no mundo e na Igreja. Como homem de Deus chamado a viver uma vocação específica ele vive o abandono no absoluto. No entanto, com os pés enraizados no chão da vida participa do cootidiano das pessoas. Como contemplativo está voltado à  comunhão pela oração.
Vive só, uma solidão que não significa desprezo aos outros, pelo contrário, se retira do mundo para estar mais em Deus, não como fuga, mas uma simbiose vital com  quem está próximo, o excluído e necessitado.
Não existe distância para o amor, cáritas. Assim como não existe temporalidade. Estar em e com Deus é ultrapassar estes limites impostos pelo tempo. Viver o kairós, o tempo de Deus que se chama hoje, graça e salvação.
Ser monge eremita neste mundo marcado pelo imediatismo, materialismo e consumismo numa busca exacerba pelo ter, poder e prazer, é remar contra a maré, estar na contra mão da história.  O testemunho de Jesus neste contexto, sua vida oculta em Nazaré, a participação no seio familiar e comunitária,  faz do monge alguém que grita o evangelho com a vida. Não anuncia o Evangelho com palavras, sua vida neste contexto é  um anúncio "oculto", porém 9 não desapercebido. O irmão Padre Carlos de Foucauld testemunhou junto aos mais pobres esta vida "oculta", testemunhando Jesus de Nazaré. Os longos anos vividos em Nazaré como artesão junto do pai Jesus, expressou a face de Deus na vida cotidiana das pessoas.  Diferente do padre diocesano, missionário, viver o sacerdócio neste contexto há de ter um simbolismo real.
A vida e testemunho do nosso irmão universal, beato Carlos de Foucauld retrata esta realidade. Entendeu ser esta sua missão. Teve outras tantas oportunidade de ser mais um boêmio aristocrata bem sucedido e membro do alto comando do exército francês. Quando ordenado padre poderia simplesmente como os demais viver o ministério numa Paróquia ou mesmo missionário  dentro de uma visão de Igreja bem "instalada". No entanto quiz ser um  entre uns tantos tuaregues do deserto. Sua missão foi desinstaladora, como poucos santos, nas pegadas de Francisco de Assis, se identificou com Jesus no pobre desprezado, sendo um deles. Como Cristo, aniquilou se. Ser Igreja para Foucauld, é muito mais que um "funcional"  da fé. É ser outro Cristo, entre os cristos de sua época na radicalidade do evangelho em sua vida.
Como aprendiz, caminho para o  primeiro ano de uma experiência de monge eremita neste imenso Sapê do Norte, diocese e paróquia de São Mateus/ES. Vida vida e despojada. Tento viver os meios da espiritualidade de Foucauld.
Minha bagagem é o evangelho, a presença real de Jesus na Eucaristia. O desapego aos bens  materiais, viiver dos frutos da terra pelo próprio cultivo, faz do trabalho uma oração, não obstante os diferentes momentos específicos.
A participação, apesar das distâncias geográficas com a vizinhança, a comunidade Eclesial de Base Bom Jesus, a associação de agricultores quilombolas, completa o mosaico  da inserção na luta pela vida, me colocando à serviço os dons que o Senhor me entregou.
Portanto, dia 01 de dezembro ao celebrar o primeiro ano do Eremitério de Nazaré, nos 30 anos de sacerdócio, no bojo dos 62 de idade, celebro também os primeiros 03 anos de pertença à Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas e à família dos irmãoszinhos missionários da Visitação. Deus seja louvado!

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